quinta-feira, 14 de julho de 2022

A Tragédia dos Incêndios em Portugal - populações em perigo nas suas casas

 

Incêndio em Beijós 16OUT2017

Em 2017 Beijós e Portugal em geral foram atacados por enormes e violentos incêndios que ficaram na memória de quem os viveu, a lamentar muitas mortes e destruição de lares, outros bens importantes, animais e de modos de vida de quem sentiu que estavam "abandonados" esquecidos.

Em meados OUT2017 a Beira Alta viu arder a maior parte das suas florestas em 3 dias, o concelho de Carregal do Sal perdeu mais de 70% da área florestal.

Incêndios houve sempre, e verões com ondas de calor também, falta de água por secas prolongadas agrava o risco de existência de calamidades. Agora, dizem que cada ano as coisas vão piorar.

Há 40 ou 50 anos atrás havia mais gente nas aldeias e vilas do interior do país. Hoje o abandono e desertificação do interior de Portugal é catastrófico, por exemplo Beijós perdeu 16% de pessoas na última década.

Nos anos 80, as pessoas limpavam as matas para fazer estrume com que adubavam as terras agrícolas. A resina representava um bom rendimento dos pinhais, os quais  tinham que estar limpos para se poder fazer a "recolha" da resina. Muitas vezes os focos de incêndio eram apagados pelos resineiros e população mais jovem, ainda antes da chegada dos bombeiros, que o mais das vezes só iam fazer o rescaldo.

Hoje com a grave diminuição de pessoas no interior, a média de idades muito alta e a falta de rendimento da floresta cria o ambiente propício para que os fogos evoluam de forma rápida e criem maiores perigos pás as pessoas, suas casa e seus animais. Acresce o facto de Portugal ser um mancha verde, é o país da Europa com maior área florestal relativa.

É consensual que as árvores, as florestas são necessárias, úteis, amigas do ambiente e do ser humano. O problema é que deve haver ordenamento da floresta e valorizar a diversidade arbórea, dando a primazia a zonas de árvores resistentes ao fogo.

Deve ser feita aposta séria na prevenção com reais incentivos á limpeza dos terrenos em vez de só esperarmos que aconteça o que está a acontecer neste momento para reagir e correr atrás do prejuízo.

Julgo que mais tarde ou mais cedo alguém, com responsabilidades nacionais ou locais, há-de dar prioridade à segurança das pessoas, suas casas e animais. As zonas habitadas devem ser a maior preocupação de todos. Os PDM's não podem permitir que se continue a construir sem que sejam pensadas as acessibilidades, a mobilidade, devem existir áreas de contenção de incêndios. Todos os caminhos em zona urbana até ao limite de 1 Km das aldeias e vilas devem ter, obrigatoriamente, uma largura de pelo menos 5 metros, que ajudam à contenção e em especial as acessibilidades das gentes e dos bombeiros.

O que se tem visto, infelizmente, é que quando os bombeiros chegam a uma aldeia para a defender do fogo não têm espaço para manobrar os veículos, urge acabar com esta desgraça. As pessoas que não autorizam o alargamento dos caminhos e ruas, onde tal é possível, devem ser compelidos pela lei.

Preservar a vida de pessoas e animais é prioritário.

"Agora sentimo-nos mais seguros, já ardeu tudo aqui à volta." 

Desabafo de uma senhora, 

entrevistada pela CNN, 15JUL2022.

Beijós perdeu mais de 1/4 dos jovens na última década 

Beijós perdeu mais de 1/6 da população na última década 

"Ninguém sai de onde tem paz..." e trabalho/emprego.
Em defesa do regresso às raízes.

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